Fruto Sagrado

História
O Fruto Sagrado surgiu na Igreja Presbiteriana Betânia de Niterói (RJ) em agosto de 1988, quando o baixista e vocalista Marco Antônio (Marcão), o guitarrista e tecladista Bênlio Bussinguer, o baterista Flávio Amorim e o tecladista Marcos Valério se uniram para formar uma banda. A definição do nome foi baseado no texto bíblico do Evangelho de João, capítulo 15, verso 16: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi, para irdes e darem fruto e que vosso fruto permaneça”. Já em sua formação, os integrantes decidiram qual seria o estilo das músicas e composições, que tratariam de temas como política, problemas sociais, o relacionamento do homem com Deus, a hipocrisia religiosa, entre outros. O conjunto almejava falar desses temas a partir de um ponto de vista cristão, porém de forma a ter fácil assimilação por qualquer pessoa, mesmo se ela não estivesse familiarizada com o cristianismo.

Logo antes de a banda entrar em estúdio pela primeira vez, no mês de maio de 1991, o tecladista Marcos Valério a deixou, e o guitarrista Wagner Junior (“Juninho”), amigo de infância de Flávio, foi chamado para ingressá-la como músico convidado. Bênlio, então, assumiu os teclados e a guitarra base. O álbum foi formado basicamente por composições que Bênlio Bussinguer e Marco Antônio fizeram antes da formação da banda, com exceção das faixas “Pra Acordar”, “Vazios de Coração” e “Não me Deixará”, que foram compostas em parceria com todos os membros. O álbum, intitulado apenas de Fruto Sagrado, foi gravado em somente uma semana e lançado originalmente em LP. Sua distribuição foi feita pela gravadora Bompastor. A música “Pra Acordar” ganhou uma versão em videoclipe produzida por Rogério “Papinha”, conhecido por trabalhar na produção de novelas da Rede Globo e que já produziu clipes de diferentes nomes da música brasileira (tais como Titãs, Edson Cordeiro e Guilherme Arantes). Em 1999 o álbum foi relançado em CD. Neste mesmo período a banda participou do programa de televisão da Rede Globo “Programa Legal”, tendo sido entrevistados pela apresentadora Regina Casé.

Em 1993, após assinar contrato com a gravadora Gospel Records, o grupo voltou aos estúdios para a gravação do disco Na Contramão do Sistema. Já em 1995 foi lançado o terceiro trabalho da banda, O Que A Gente Faz Fala Muito Mais Do Que Só Falar. “A Missão” retrata a realidade do Rio de Janeiro e fala do “chamado missionário” de André Fernandes, membro da JOCUM Brasil. Há também as faixas “Amor de Deus” e “Podridown”, que ganharam versões em videoclipe.

Após o lançamento desse álbum, o conjunto se preparava para lançar um disco comemorativo aos 10 anos da formação. Planejava-se lançar um CD ao vivo e acústico. No entanto, problemas decorrentes da mudança de gravadora atrasaram o projeto. O trabalho foi finalmente lançado pela Salmus produções em 1999 com o título 10 anos, 15 meses e muitos dias, fazendo referência ao atraso.

Após o lançamento do álbum acústico, a banda foi marcada pela saída do baterista Flávio Amorim e a entrada do guitarrista Bene Maldonado (que havia participado como músico convidado e também como produtor na gravação do álbum) e o baterista Sylas Jr. (músico freelancer). O grupo, então, trouxe uma nova formação e lançou, em 2001, o álbum O Segredo, pela gravadora Top Gospel, que recebeu uma grande divulgação pelo país.

Depois disso, a banda assinou contrato com a gravadora MK Music. A ação gerou um processo judicial com a Salmus produções, o qual a banda perdeu, o que gerou consideráveis perdas financeiras para Marco Antônio e Bênlio Bussinguer. Nessa fase, Marco Antônio passou a usar o nome artístico de “Marcão” e deixou o contra-baixo, que tocava desde o começo, para se dedicar exclusivamente a seu trabalho como o vocalista. Por esse motivo, o Fruto Sagrado passou a contar, em suas apresentações, com o baixista Francisco E. Falcon, que inclusive participou de algumas gravações nos álbuns e videoclipes que a banda lançaria pela MK Music. Foi nesse período em que o Fruto Sagrado atingiu seu auge, e, em 2003, lançou o CD O que na Verdade Somos, considerado pela maioria dos fãs como o melhor lançado pela banda. O álbum seguia, em geral, o estilo do anterior e contava com 11 músicas inéditas, mais uma regravação de “Involução” (do álbum Na Contramão do Sistema), que recebeu nova roupagem e o nome de “Involução 2003”, e um remix da faixa “A Sanguessuga”, feita por Amaury Fontenelle. A faixa “Não Quero Mais Acordar Assim” e a faixa título do álbum ganharam versões em videoclipe, com destaque para o segundo clipe, no qual o tecladista Bênlio Bussinguer apresentou um novo instrumento, criado por ele mesmo, o qual chamou de “teclarra”.

Apesar de a banda estar vivendo sua fase de auge, discussões internas, principalmente com o vocalista Marcão, fizeram com que Bussinguer optasse por sair da banda, enquanto esta ainda estava na turnê de divulgação do novo álbum.

Os três membros restantes continuaram na MK Music e, em 2005, lançaram um novo trabalho, chamado Distorção, que contava com 10 músicas inéditas. Uma delas, a faixa “Vai Acabar”, seria lançada no trabalho anterior. Como não ficou pronta a tempo, acabou sendo “herdada” por esse novo trabalho. O trabalho foi muito bem recebido pelos fãs do rock gospel, sendo aclamado como um dos melhores do gênero. Destaque para as faixas “Superman”, “Quase” e “Vai Acabar”.

No ano seguinte, 2006, a banda anunciou que estaria deixando a gravadora MK, decidindo por adotar um selo próprio por onde faria novos projetos.

A banda entrou em hiato a partir de 2007 e somente divulgou no ano seguinte que estaria trabalhando em um projeto acústico. Em 2009, em uma entrevista, o baterista Sylas Jr. comunicou a inesperada saída de Marco Antônio do grupo, o que causou um enorme choque, mas anunciou que o Fruto Sagrado contratou um novo vocalista, chamado Vanjor. Em 2010, o projeto acústico foi finalmente lançado, composto por regravações de sucessos do grupo, chamado Fruto Sagrado 20 Anos, contendo também duas canções compostas pelo novo integrante. Nesse período, o grupo já havia retomado a agenda de shows.

Em 2012, o grupo inovou no cenário gospel ao lançar o projeto Universo Particular, uma série de vídeos com músicas inéditas, onde os integrantes interagiam e contavam casos sobre questões relacionadas às suas vivências. Neste trabalho, todas as músicas eram acompanhadas por play-alongs, playbacks e outros materiais disponibilizados gratuitamente no site da banda, sendo em cada episódio dessa temporada apresentada uma canção inédita.

Em 2015, o trio lançou um single, como prévia de um EP, chamado “Fé Canibal”. O álbum jamais foi lançado e a pausa da banda se estende até os dias de hoje.

Em 2021 a formação clássica da banda, Marcão, Bene e Sylas retorna para um projeto chamado “A Volta dos que não foram” que será o primeiro DVD da banda e será gravado no Rio de Janeiro, prometido para o final de Junho de 2021.